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Este espaço, aberto pela equipa Coordenadora da Biblioteca da Escola Secundária de Castelo de Paiva, destina-se a partilhar opiniões, experiências e aspirações, que permitam melhorar o trabalho desenvolvido no âmbito das Bibliotecas escolares.

terça-feira, novembro 08, 2005

‘INTERMITÊNCIAS DA MORTE’

Aos oitenta anos, Saramago surpreende-nos. Que nos falasse da morte, até se compreendia… Confesso, porém, que não esperava que ele brincasse com o tema.
Já há muito nos deslumbráramos com a criatividade deste autor. Em diversos romances, a sua veia criadora já nos tinha revelado esta capacidade singular de engendrar enredos, aliando a história com a arte literária. Alguns textos causaram polémica. Estou a pensar no Evangelho segundo Jesus Cristo. Não foi fácil, os entendidos entenderem a inovação de um texto literário...
Todavia, o Ensaio sobre a Cegueira foi o livro que mais me surpreendeu. A questão social é apresentada de forma realista. Os governantes, impotentes, não encontram resposta adequada para a peste que vitima a população. Para a angústia, traumas, medos só encontram o isolamento e sequestro de todos os afectados. Será uma visão da sociedade portuguesa? O autor necessariamente não será um interventor, mas orienta a sua produção artística para a realidade que nos rodeia. O autor é um construtor!
Em INTERMITÊNCIAS DA MORTE Saramago volta a surpreender-nos. Parece que este romance não se enquadrava nas suas ambições literárias, mais recentes. Todavia aqui está. Para uma sociedade envelhecida, adiar a morte ou atrasá-la será a saída possível? E numa visão realista aparecem os cangalheiros. Defendem a sua actividade e não desistem sem encontrar alternativas. Ridículos? Não! Qualquer semelhança com a realidade portuguesa é simplesmente ocasional?...
A ironia acompanha o seu bom humor. Cria situações anómalas, caricaturais. O pintor recusa a carta que a morte lhe envia, o que lhe garante mais vida. Então, a própria morte o procura. Encontra-o a dormir, acompanhado do seu cão. Até a morte se enche de ternura e recebe o cão nos seus joelhos.
Romance extraordinário! Mostra-nos um autor que ainda tem muito para nos legar.

Novembro 2005 – J. Soares

Dia Internacional da Biblioteca Escolar

Olá! Sou a Ana Leonor, do 7.º B. Quero fazer-vos uma pergunta:
– Costumam ir à Biblioteca da Escola? Sabem que hoje é o Dia das Bibliotecas Escolares?
Eu também não sabia. Aconteceu que no dia 24 de Outubro, à última hora, a turma ia ter teste de Geografia. A “stora” faltou!
– Boa! Que fiche! Já não vamos ter teste! Vamos para «TC». - suspirei.
A meio desta aula, bateram à porta. Eram o “stor” Pereira e o “stor” Soares. O “stor” Pereira fez-nos a mesma pergunta que eu vos faço. Quase todos puseram o dedo no ar. Que bom! Somos uma turma interessada!
Em seguida, falámos sobre as Bibliotecas.
Depois, o “stor” Soares leu-nos um poema escrito por Antero Monteiro. Era uma brincadeira, na qual toda a turma participou. O texto falava de um rapaz que tinha doze namoradas e as foi perdendo a pouco e pouco, por causa do “tranglomanglo”. Não sabem o que é? Nem importa. Interessante foi a brincadeira que tivemos…
Depois foi a nossa vez. Alguns corajosos também se aventuraram a ler um texto em voz alta. Eu li um poema: Insónia. Falava de uma pessoa, que se pôs a contar carneiros para chamar o sono. Gostei de ler, embora me sentisse a tremer. Tudo correu bem! Foi uma boa experiência. Outros alunos também leram à frente da turma. Por coincidência, só as meninas é que tiveram coragem…
Para acabar este encontro o professor leu um texto sobre uma turma barulhenta. Nós bem percebemos a ideia! O “stor” Soares, a brincar, quis dizer-nos que o sucesso escolar depende de nós, da nossa concentração… Mas, enfim, somos do 7.º ano!
Finalmente, a Biblioteca é um espaço importante na nossa Escola. Devemos respeitar os livros, estimar os móveis e dar oportunidade a todos os colegas para fazerem os seus trabalhos.
O “stor” Pereira tirou fotografias que pôs na página da Biblioteca. Eu fiquei emocionada!


Ana Leonor – 7.º B