alfa

Este espaço, aberto pela equipa Coordenadora da Biblioteca da Escola Secundária de Castelo de Paiva, destina-se a partilhar opiniões, experiências e aspirações, que permitam melhorar o trabalho desenvolvido no âmbito das Bibliotecas escolares.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Eça, Hoje!



25 de Novembro!
É aniversário de Eça de Queirós. Releio “Os Maias”. Tranquiliza-me! Faz-me encontrar a paz que me escapa.
Retomo a leitura. O séc. XIX é muito controverso. Muita banalidade enxameava este paraíso. Os responsáveis políticos, sociais, económicos, culturais, eclesiásticos… delapidavam tempo e energias. Viviam outra dimensão! A vida corria…
Experimento a luneta do Eça. Maravilha! Mudam-se os tempos, mas as realidades permanecem! Estamos no séc. XXI! Não há mudanças? Os políticos e os outros perdem-se nos meandros dos interesses mesquinhos, indefinidos. Faltam ideais? Falham os planos de modernização da indústria, da produção. Mas eventos megalómanos enchem as cabeças de vento e esvaziam os bolsos dos portugueses. Os níveis sociais estão baixos… A desmotivação campeia na escola, na justiça, na saúde…
Não aguento mais! Devolvo a luneta ao Eça. A minha leitura termina!
“– Ainda o apanhamos!” – e lá vão o Ega e o Carlos, numa corrida, pela Rampa de Santos e pelo Aterro para ver se conseguem apanhar o «americano». É a minha esperança! Um esforço comum de todos os portugueses numa corrida gigantesca para apanharmos o progresso…
Esta data traz outras recordações… Que ela seja o começo de uma nova etapa!

Escrito em 25 de Novembro de 2005
ECB

Olhares!

«Pela arte é que vamos». Este foi o ponto de partida para o «blog» da Biblioteca da nossa escola. A perfeição e o belo são o objectivo de qualquer actividade artística. No entanto, essa busca e actividade nem sempre são compreendidas por todos. Ao longo dos séculos, a arte tem sido uma «actividade incompreendida em muitos tempos e lugares».
A arte é um fenómeno complexo. Algumas pessoas não sabem o que ela é. Para se compreender a arte, é necessário predispor-se a recebê-la e a praticá-la. Existem muitas pessoas que não se interessam pela arte. Quando contemplam um quadro, lêem um texto, ouvem uma sinfonia, visitam um monumento, julgam-no «uma coisa do outro mundo». Ficam só no exterior! Não compreendem a actividade e desinteressam-se. Por vezes, não é fácil entender a mensagem. A arte tem de ser entendida por dentro!
A arte é estilização da realidade. O artista produz outra realidade, fruto do processo criador. A arte pode ser encarada e abordada como uma produção humana, autêntica e original. Pode também ser a expressão de novos modos de “ver” e de dar sentido à realidade. Esclarece e enriquece a nossa experiência, na medida em que contribui para uma revelação do “ser” das coisas. A arte também pode significar uma forma de comunicação ou uma linguagem…
Um artista pode exprimir o seu talento num quadro, com três traços, em três cores diferentes. Para o artista, pode ter um significado. Uma pessoa, pouco familiarizada com a arte, pode apenas “ver” três riscos. Tem de interiorizar, com esforço, paciência, tempo, aquilo que os seus olhos observam. A pouco e pouco, poderá sintonizar com a mensagem que o artista quis imprimir à sua obra. A dificuldade em entender será compensada com reflexão e profundidade de busca.
Na minha opinião, quem cria, consegue compreender aquilo que faz. A “Infinita Fiadeira” sabia aquilo que fazia e por que o fazia. No entanto, todas as pessoas têm um pensamento diferente. Ninguém é obrigado a compreender uma obra de arte. Apenas é convidado a descobrir a beleza que a obra encerra. Pode ser a pérola escondida. Só os entendidos a apreciam!
Existem, também, muitas pessoas que, apesar de não praticarem a arte, visitando museus, vendo televisão ou na leitura, conseguem compreendê-la. Embora não sejam fanáticos pela arte, procuram descobrir o seu significado para os artistas e para eles próprios.
André Carvalho – 10.º E