L’Abbé Pierre
“Viver é aprender a amar” – explica e resume a vida deste homem de Deus. A sua vida é um hino de misericórdia. Viveu para os mais humildes, os mais esquecidos, ignorados e deserdados da sociedade: os sem-abrigo.
Morre com 94 anos. A França une-se em dor. A Igreja, através dos seus mais altos representantes, lançou um veemente brado de apelo à justiça: “morreu um gigante da misericórdia” – palavras do arcebispo de Bruxelas. “A sua morte fez-me pior que o frio desta manhã” – é o desabafo de um sem-abrigo de Paris. E concluía: “… estamos órfãos!”
Abbé Pierre estava muito debilitado. Morreu, num hospital de Paris, onde tinha sido internado, em consequência duma gripe.
Estudou num colégio Jesuíta. Depois entrou, com 19 anos, na ordem dos Capuchinhos. Na segunda Grande Guerra, ajudou a Resistência Francesa e judeus em fuga. Esteve preso – a polícia SS apanhou-o – mas conseguiu fugir.
Já em tempo de paz, foi deputado. Interveio sempre a favor dos mais esquecidos. Em 1994, denuncia o ‘cancro da pobreza’ e pede apoio para os mais de 400 mil sem- abrigo franceses. Há cerca de um ano defendeu o direito de alojamento digno para todos.
Homem inquieto. Não o satisfazia a caridadezinha burguesa. Entendia que os pobres têm uma dignidade a preservar. Cada homem merece o pão que come. Os “Companheiros de Emaús” vivem do seu trabalho…
Este velho padre não deixa de nos surpreender. Já na recta final, admite publicamente ter-se relacionado sexualmente com algumas mulheres.
Em Portugal, Emaús está vivo. Reparte vida, ideal. Reconstrói, recompõe homens.
França chora a ‘partida’ deste santo. Nós alegramo-nos com todas as vidas reencontradas. Rezamos na esperança de um mundo justo e duma Igreja testemunha de vida nova para todos os homens.
Equipa Coordenadora
2 Comments:
Como é bom (e também raro!) encontrar-se na Net pequenas páginas destas.
A cada pequeno texto, a cada pequena homenagem é uma pedra que se junta ao mosaico que constitui a memória. E, fazer memória é querer lembrar os que nos são farol e norte.
Lembrar Abbé Pierre é entrar no mundo da solidariedade e da misericórdia, da fraternidade e do diálogo, da cidadania e dos encontros.
Lembrar Abbé Pierre é também lembrar os outros, os que não cruzam os braços, os que não calam as injustiças do mundo, os que dão, verdadeiramente, novos mundos ao mundo.
Lembrar Abbé Pierre é ainda senti-lo e sentir a certeza de que com o seu passamento não passou à história, mas continua a ser história.
Como é bom encontrar pequenas páginas destas na Net.
Obrigado
José Silva
Tenho a dizer que Abbé Pierre, é um humano, é um ser humano na verdadeira acepçao da palavra.
Se todos fossem como ele este mundo seria fabuloso, não seria o que é.
ABBÉ PIERRE merece ser sempre lembrado como um grande homem e um exemplo a seguir por todos.
Tenho a dizer também que concordo com o comentário do José Silva, aliás esté fantástico o comentário.
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