Outra voz, a mesma língua
Lygia
Fagundes Telles
venceu o Prémio Camões 2005
Foi com a leitura de «Ciranda de Pedra», ainda adolescente, que descobri a escritora brasileira Lygia Fagundes Telles (1923). O livro há muito que andava lá por casa, talvez desde a época em que a televisão exibira a telenovela com o mesmo título.
Descobri, mais tarde, outros textos, como «Antes do baile verde» e «As cerejas». Através destes escritos, chegavam até mim os aromas de outro país que fala, também, a nossa língua.
O fascínio pela escrita de Lygia reside na poesia que se instala no texto narrativo. As palavras de Virgínia, a protagonista de «Ciranda de Pedra», ilustram-no: «-Concordam comigo que há mãos e aranhas, a diferença está apenas no modo como acariciam».
Lygia Fagundes Telles partilha, connosco, o real, o novo, o antigo, a invenção e a sua memória. Testemunha e testemunho de um mundo em transformação, a escritora foi agraciada, este ano, com o Prémio Camões, o mais importante galardão literário da Língua Portuguesa. Esta voz, que também é nossa, merece ser descoberta. Como tantas outras, de autores portugueses e de expressão portuguesa. Na biblioteca da Escola, podemos encontrar livros de Lygia Fagundes Telles, Mia Couto, Pepetela e Jorge Amado. Todos eles nos mostram novos mundos e novas maneiras de ser e de sentir, em Português.
Luís Salema
2 Comments:
otimo texto.
otimo texto.
Enviar um comentário
<< Home