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Este espaço, aberto pela equipa Coordenadora da Biblioteca da Escola Secundária de Castelo de Paiva, destina-se a partilhar opiniões, experiências e aspirações, que permitam melhorar o trabalho desenvolvido no âmbito das Bibliotecas escolares.

segunda-feira, outubro 24, 2005

"Pela arte é que vamos"

Aproveitamos o Dia Internacional da Biblioteca Escolar para abrir este espaço. Queremo-lo democrático, isto é, aberto à apresentação de ideias que dignifiquem o homem no seu todo. Não pretendemos uma opinião unívoca. Defendemos uma opinião partilhada, diversificada. Se cada um de nós analisa a realidade através dos seus olhos e se, nesta diversidade, convivemos… é esta partilha de opinião, o nosso primeiro objectivo. Este ‘modus faciendi’ será a práxis normalizada.
Podemos ter um tema ou um autor ou uma ideia sobre uma actividade a desenvolver no âmbito da dinamização da biblioteca. Será o ponto de partida, o motor de toda a inspiração e produção que, desde já, queremos abundante e de qualidade.
Este espaço destina-se, em primeiro lugar, a todos os elementos responsáveis pela dinamização das bibliotecas escolares. Também os utilizadores poderão partilhar as suas ideias. “Pela arte é que vamos”. É esta a nossa última ambição. Não a imaginamos inibidora… pelo contrário, pretendemos que seja o apelo à perfeição, cada vez mais absorvente e sempre insatisfeita com o caminho percorrido. Assim nos leva a desvendar o desconhecido e nos dá o atrevimento de percorrer o nunca ousado. A arte inspira-nos e seduz-nos. Se não fosse utopia, diríamos mesmo que nos arrasta.
Ficamos a aguardar!
A Equipa Coordenadora da BESCP

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Recordo o tempo em que andava na Escola Secundária. Sempre que havia um «furo» no horário, invadíamos a biblioteca. Dos grandes armários, com portas de madeira e de rede, soltava-se o cheiro dos livros antigos. Esse perfume juntava-se ao odor da cera, que dava brilho ao chão. Ouvia-se, apenas, o chiar dos sapatos, quando caminhávamos. O silêncio esmagava-nos, à entrada. Líamos, estudávamos, fazíamos os trabalhos de casa e de grupo. Também jogávamos à batalha naval, desde que não se fizesse barulho.
D. Cesaltina requisitava os livros. A professora Olívia, sempre pronta, ajudava-nos a fazer os trabalhos e conduzia-nos ao armário, que continha a solução para a nossa dúvida.
Líamos muito, à luz que entrava pelas grandes janelas da varanda do terceiro piso. Era um mundo à parte, entre os «galinheiros» e os longos corredores, onde nos acotovelávamos.
Quando reencontro D. Cesaltina, recordamos, juntos, esse tempo. Eu, lá bem ao fundo, junto à grande janela, abria um livro. Saía da escola. Voltava quando ouvia o toque da campainha. Ou quando me diziam: «- Luís, são seis e meia, vamos fechar.»

outubro 25, 2005  
Anonymous Anónimo said...

A comemoração do Dia Internacional da Biblioteca Escolar parece-me uma actividade louvável. Para muitos alunos, a biblioteca da Escola é a única que conhecem e o único local onde podem ter acesso aos livros. As bibliotecas escolares de hoje - a nossa biblioteca - são bem diferentes daquela que guardo nas minhas memórias de adolescente... Se a nossa escola não tivesse biblioteca? Onde estariam os meus alunos, do 10º E, a jogar xadrez? E outros a estudar, a pesquisar na «Internet» ou a ler o jornal? Alguns vão ouvir música, requisitar ou consultar um livro... Nos dias de chuva, ela é o refúgio de muitos. Aliás, ela é sempre um bom refúgio, se pegarmos num livro e entrarmos nele.

outubro 25, 2005  
Anonymous Anónimo said...

A minha infância foi, desde sempre, um universo povoado por livros e pelos espaços mágicos que me permitiam ver, tocar e folhear as páginas de um qualquer livro. As bibliotecas, fossem elas escolares, itinerantes ou a "nossa"(quando afirmo "nossa" atribuo uma carga emocional acrescida ao minimalista conjunto de estantes)lá de casa, sempre me acompanharam ao longo destes anos.
O LIVRO foi o meu companheiro inseparável. Ainda o é. É o meu confidente. O meu diário. É o meu porto de partida e de chegada. Descobri no livro um espaço aberto, sem fronteiras, que me permite VOAR. Ler um livro é, pois, SONHAR. Assim sendo, a biblioteca é, para mim, um espaço de evasão. Evasão do concreto. Evasão do racional. Evasão da opressão. Evasão da rotina. A biblioteca foi e sempre será, para mim, um espaço libertador.
É, também, um espaço que me acolhe quando procuro algum conforto. É, ainda, um espaço íntimo. Nesse espaço, o objecto e a pessoa fundem-se num único ser. LER é um acto de amor. LER é a procura de algo íntimo, ainda que o mesmo livro possa ter sido folheado por imensas mãos anónimas. LER é a procura do EU, do OUTRO e do EU no OUTRO.
Inicialmente,os irmãos Grimm, os contos tradicionais. Mais tarde, Júlio Dinis, entre tantos outros autores. Recentemente, nomes como Lídia Jorge, José Saramago, Thomas Mann, Agustina Bessa-Luís, Albert Camus, James Joyce, Alexandre O'Neill, Herberto Helder, André Gide, António Ramos Rosa, Virginia Woolf, entre tantos outros escritores,transformaram-se nos meus fiéis companheiros de viagem pelo imaginário vivo que encontro em cada página de um livro. As imensas estantes da biblioteca são, portanto, os inúmeros caminhos que posso trilhar ou não. E saberei, no final, que qualquer um destes caminhos abrirá as portas de um mundo mágico. Dum mundo que é só meu...

outubro 29, 2005  

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